Na manhã desta quinta-feira, 12, a cidade de Brodowski foi palco de duas operações policiais simultâneas, denominadas “Operação QI” e “Operação Cristalina”. As ações tinham como objetivo cumprir 20 mandatos de busca e apreensão, que incluíam a sede da Prefeitura Municipal, o gabinete do prefeito, o SAAEB (Serviço de Água e Esgoto de Brodowski) e propriedades de servidores públicos, empresários e políticos.

As investigações, conduzidas pela Polícia Civil de São Paulo, mobilizaram 60 agentes e 20 viaturas, contando com o apoio de delegações regionais. O foco das operações foram as suspeitas de fraudes em concursos públicos e desvios de recursos públicos.

Fraudes em Concursos Públicos

A “Operação QI” trouxe à tona um esquema de manipulação nos concursos realizados pela Prefeitura de Brodowski em 2022 e 2023. De acordo com a polícia, o prefeito e um vereador, com a ajuda de uma empresa organizadora de concursos de Ribeirão Preto, manipularam os resultados para favorecer candidatos indicados politicamente.

Os candidatos que foram aprovados de maneira irregular incluíam professores, diretores de escola e outros cargos na administração municipal. O funcionamento do esquema era o seguinte: antes das provas, os indicados assinavam gabaritos em branco, e após a realização das provas, esses gabaritos eram preenchidos com as respostas corretas pela empresa responsável, garantindo assim a aprovação dos indicados.

Os locais alvo das buscas incluíram a Prefeitura, propriedades relacionadas ao prefeito e ao vereador, além da sede da empresa organizadora. Algumas das pessoas beneficiadas já foram contratadas e ocuparam as cargas de forma irregular.

Desvios no SAAEB

Por sua vez, a “Operação Cristalina” revelou fraudes que causaram desvios de aproximadamente R$ 1,5 milhão no SAAEB entre 2021 e 2024, por meio de contratos superfaturados, serviços que não foram prestados e cancelamento indevido de contas de água. Parte dos valores desviados teriam sido repassados ​​a servidores e empresas contratadas.

As buscas também abrangeram a sede do SAAEB, propriedades de quatro servidores e de um ex-secretário de licitação, que atualmente é assessor de um deputado estadual. Documentos e equipamentos eletrônicos foram apreendidos para investigação adicional.