O Instituto Butantan, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, submeteu à Anvisa o pedido de registro de sua vacina contra a dengue, a Butantan-DV, nesta segunda-feira (16). Este imunizante é pioneiro por ser a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue. A submissão incluiu a entrega de três pacotes de documentos necessários para o registro.

O processo de submissão contínua permitiu o envio dos dados na medida em que foram gerados, acelerando a aprovação. A Butantan-DV é uma vacina tetravalente de dose única, cujo desenvolvimento incluiu ensaios clínicos concluídos em junho deste ano. Publicações no New England Journal of Medicine destacaram sua eficácia de 79,6% na prevenção de casos sintomáticos de dengue, enquanto o The Lancet Infectious Diseases relatou 89% de proteção contra formas graves da doença.

Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, destacou a importância deste avanço: “É um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional. Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos.”

A Anvisa, responsável pela autorização de medicamentos e vacinas no Brasil, avaliará a eficácia, segurança e qualidade do Butantan-DV. Em caso de aprovação, o Instituto Butantan poderá fornecer cerca de 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde nos próximos três anos, com um milhão de doses disponíveis já em 2025.

Próximos Passos e Prevenção

Após a submissão, a Anvisa revisará a documentação e poderá solicitar esclarecimentos ao Butantan. Com a aprovação, o Instituto buscará autorização de preço junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) avaliará a inclusão da vacina no SUS, considerando fatores como redução de internações e inovação tecnológica.

O Aedes aegypti, principal vetor da dengue no Brasil, prolifera em águas paradas, especialmente no verão. Para prevenir a transmissão, é crucial evitar o acúmulo de água. As medidas preventivas incluem manter caixas de água vedadas, fechar bem sacos de lixo, limpar calhas, e usar repelentes e mosquitos.

Essas ações são fundamentais para interromper a cadeia de transmissão e proteger a saúde pública durante a estação mais chuvosa do ano.

Fonte: Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo